A visão da patinagem: Programa Curto de Pares

Finalmente os campeonatos começaram a ser transmitidos! E para meu espanto o pavilhão estava bastante cheio, até parecia que estávamos a assistir a uma gala de exibição. Fiquei bastante contente em ver a quantidade de pessoas que estavam a assistir, tendo em conta a tragédia recente do Japão e o facto de as provas terem sido quase canceladas. Se calhar até foi isso que deixou as pessoas mais empolgadas, levando-as a querer assistir às provas.
No entanto, a transmissão não começou bem. Primeiros a aparecer em prova foram os canadianos Megan Duhamel e Eric Radford e este último saiu da prova a sangrar do nariz. Na repetição viu-se que foi ela que lhe deu uma cotovelada no nariz na recepção do twist. Confesso que achei um pouco estranho terem deixado a prova prosseguir, mas o facto é que mesmo com o nariz a sangrar ele conseguir terminar a prova. O nariz dele ficou bastante machucado, apenas espero que possam fazer o programa livre. Desejo-lhes muita sorte.

Par chinês que patinou após o canadiano, Yue Zhang e Lei Wang, fez uma boa prova, com uma boa interpretação da música. É um par jovem bastante promissor e para segunda participação nos mundiais não foi nada mau de todo, há-que manter o olho atento a estes os dois. Mas se temos de ter um olho atento a este par, então temos que ter os dois olhos bem atentos ao par do Japão, Narumi Takahashi e Mervin Tran. Ela tem 19 anos e ele 20 e foi a sua primeira participação nos mundiais. Não se deixaram intimidar e fizeram uma prova quase perfeita, as elevações foram muito boas, pois ela tem muita flexibilidade, apenas o salto a saída do salto isolado é que foi um pouco dessincronizada. É seguro de se dizer que este foi a surpresa deste ano e que daqui a uns vão tomar os pódios mundiais.

Outro par estreante foram os canadianos Kirsten Moore-Towers e Dylian Moscovitch que este ano ficaram em 5º lugar nos quatro continentes deste ano. Patinaram ao som de músicas gregas, com uma coreografia bem animada e eles transmitiram toda a alegria da coreografia apresentada. O salto lançado teve uma boa altura e a sequência de passos foi realmente boa.

Par que também fez uma prova excelente, foi o recente formado par russo. Tatiana Volosozhar e Maxim Trankov patinaram ao som de Carmina Burana que levou o público ao rubro com a sua interpretação fantástica. O seu treinador era o par de Tatiana Volosozhar o ano passado. Tecnicamente forma muito perfeitos e conseguiram ficar no 3º lugar.

Outro par russo que patinou ficou em 3º lugar nos campeonatos deste ano. De Vera Batarova e Yuri Larionov, apenas tenho a apontar o descincronismo na saída dos saltos isolado, de resto a prova foi bastante boa, com uma coreografia típica dos russos, com música suave e movimentos leves. Foi uma prova bastante calma, bonita de se assistir.

O primeiro par alemão, Maylin Hauch e Daniel Wende patinaram um tango da banda sonora do filme Moulin Rouge que poderia ter sido apaixonante se não fosse a queda dela no Flip lançado e a sequência de passos que deixou um pouco a desejar.

Os conhecidos Aliona Savchenko e Robin Szolkowy, vice-campeões mundiais de 2010 fizeram uma boa prova, com uma coreografia bem animada, apesar dos piões estarem um pouco dessincronizados. A elevaçao foi muito boa, foi diferente do normal, em que ela tocava com a cabeça no seu joelho e ele agarrava-a na coxa. No final das contas ficaram em 2º lugar, com diferença mínima de pontos do par que está em 1º lugar.
Para surpresa de todos, o par chinês Qing Pang e Jian Tong veio defender o seu título e a palavra para descrever a sua prova é perfeita. Os piões foram magníficos assim como as elevações. Por agora estão no 1º lugar.
Por último, o par russo Yuko Kavaguti e Alexander Smirnov, vice-campeões europeus e detentores da medalha de prata dos mundiais passados ficaram um pouco desiludidos com o seu 5º lugar após a sua prova. Foram os últimos e patinar e não sei se foi por isso mas Alexander caiu a meio da prova a andar para trás. Ela, no salto isolado também não teve a melhor das recepções, no geral foi uma prova um pouco abaixo do nível que eles nos têm habituado. No final viu-se a cara de desilusão da Yuko pois sabe que agora vai ter de lutar bastante para obter uma medalha, mas tudo pode acontecer.